Resenha: O Oceano no Fim do Caminho

Título: O Oceano no Fim do Caminho

Autor(a): Neil Gaiman

Editora: Intrínseca

Páginas: 202

Gênero: Ficção Inglesa

ISBN: 978-85-8057-368-8

Minha Avaliação: ★★★★★

Sinopse: Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo.

"Eu não era uma criança feliz, ainda que, de vez em quando, ficasse contente. Vivia nos livros mais que em qualquer outro lugar."

Essa é daquelas estórias pra adulto num disfarce infantil. É uma fábula, que sinceramente, em alguns momentos me deu um pouco de medo!

Gaiman tenta ao máximo envolver o leitor na trama, tanto ao ponto que nem dá nome ao seu protagonista só para aumentar ainda mais o grau de suspense. O garoto visita o quarterão onde cresceu, revirando as memória dos acontecimentos que se sucederam quando ainda tinha sete anos, inclusive o suicídio de um estranho no carro da família. E sem contar nos estranhos desejos sendo realizados na região.

Junto com a protetora Lettie Hempstock, ele vai enfrentar uma criatura medonha e maldosa, que parece ser a causadora da confusão.

Gaiman, como já é sua marca registrada, cria um mundo fantástico com monstros, seres imortais e fadas. No entanto, tem fluides e coerência com seus diálogos sólidos, principalmente o familiar, que faz com que a todo momentos desejamos ajudar o protagonista em coisas que ele não consegue entender devido a sua inocência de criança, como no trecho citado.

"Eu não tinha muita certeza do que estava vendo.

[…] Ele estava de costas pra mim. Ela também, as mãos apoiadas na grande moldura da lareira, lá no alto. Ele a segurava por trás. A saia mídi dela estava levantada até a cintura.

Não sabia exatamente o que eles estavam fazendo, e na verdade, nem queria saber, não naquela hora."

Eu, particularmente, como fã de um bom livro de fantasia, adorei a trama. O que eu aprendi?

Algo pode parecer um lago. Mas, não quer dizer que não seja tão complexo e profundo como um oceano.